18\03
Vou
contar agora como aconteceu à dominação do mundo (isso foi em um mundo
devaneado por mim, onde não há professores):
A
escola tinha aberto seus portões da sabedoria para que eu possa usufruir de seu
conhecimento. Entrei na sala, coloquei meu material sobre a mesa, abri meus
livros e comecei a estudar, em minha opinião não deveríamos ter escola, eu
poderia estudar em meu quarto vendo minha serie preferida com um saquinho de
pipoca na mão.
Mas
não, temos que ir a escola, por causa desse “alguém” que transfere sua aura de
conhecimento sobre nossas mentes, e papo furado, papo furado, papo furado, isso
é só conversa afiada para pagarem a mensalidade da escola, meus pais me
disseram que tem um em cada escola, alguém tão dedicado e confiante que só o
simples gesto de pensar já faz derramar o seu conhecimento.
Meus
pais dizem que é verdade, e que se eu não acredito procure eu mesmo as
respostas. Hoje eu estava determinada e confiante de que iria achar essa aura
misteriosa na hora do recreio, eu teria que organizar meu tempo como o recreio
só dura dez minutos não tinha muito tempo.
Na
lousa estava escrito o roteiro da aula de português de hoje, que foi: A
correção dos exercícios sobre verbos, eu iria girar a roleta para quem seria
sorteado, eba que emoção, só pra esclarecer, eu estou sendo sarcástica.
Fui
com cara de quem comeu laranja estragada, duas pessoas leram os registros
diários. Fizemos a correção dos exercícios que foi projetada na lousa, fizemos
a correção e caímos de cara nos livros e assim foi até a hora do recreio.
E
com a carteirinha no pescoço, dei a volta no andar, olhei por ai e nada, merrecas.
Não encontrei nada, nem se for um grão.
Recostei-me
na parede e abri uma porta secreta, mas que clichê, nunca em nenhuma
circunstância as pessoas tem o objetivo naquele momento de achar uma passagem
secreta, é sempre um acidente.
Deparei-me
com um corredor escuro, andei, andei, andei
até me deparar com uma figura humanóide que emanava a luz de sua
sabedoria. Flutuando sobre um amontoado de travesseiro, e fiz a coisa mais
obvia que eu devia fazer, eu gritei:
-
Eu já sabia! É tudo uma pegadinha, podem mostrar as câmeras escondidas... –
nada se movia – Se não é uma pegadinha a lenda é real?
-
Claro que sim Letícia. – disse o ser de luz.
-
Como sabe meu nome? Você por acaso sabe ler mentes? Isso seria tão legal, quero
saber se minha irmã trapaceou no jogo de ontem ou não e...
-
Está escrito na sua carteirinha. – interrompeu.
-
Faz sentido. – respondi sem graça.
-
Então ser de luz...
-
Professor. – interrompeu novamente.
-
Prof.. Prosso... O que?
-
Deixa pra lá, esse é um nome proibido mesmo. Eu quero saber se,... Sabe como é
não é... Se você poderia assumir meu lugar, já que é a primeira pessoa a achar
meu esconderijo. Eu já estou velha demais.
-
Que chato ninguém nunca achou esse esconderijo?
-
É que desde 1953 não tiraram a placa de tinta fresca da parede...
-
Espera ai – interrompi – A tinta estava fresca? Olhei para traz da minha blusa.
-
Infelizmente sim.
-
Minha roupa sujou inteira.
-
Então você pode.
-
Posso. – respondi.
-
Então eu lha passo meu lugar.
Luz
ofuscante, estrelinhas de desenho animado, defeitos especiais, tipo quando a
pessoa da um tapa na outra e ela só movimenta depois de se passados cinco
segundos.
Senti
a sabedoria pulsando em minhas veias, as teorias de Einstein no meu cérebro, eu
queria dominar o mundo, por que não?
Eu
seria uma rainha incrível imagina o mundo todo se curvando aos meus pés, eles
seriam mais livres naquele momento do que já foram em suas vidas, por que se
pensarmos bem nós somos praticamente escravos de nosso próprio destino. Se você
quiser ter uma casa, tem que trabalhar. Para trabalhar estudar. É um ciclo
vicioso sem inicio nem fim.
E
foi assim meus amigos que aconteceu o domino do mundo.
Fim,