quarta-feira, 16 de março de 2016

 

            16/3


            Que dia maravilhoso, o céu não estava nublado, as flores floresciam e eu estava morrendo de sono, esgotada, já era, cheguei aos limites, eu tinha certeza de que se eu ficasse lá por mais alguns minutos iria desmaiar.

O jogo da educação física estava prestes a acabar, quando com o último gol do marcado pelo meu time iniciou o termino do jogo. Ganhamos! Bom pelo menos eu acho que ganhamos, eu não tinha entendido nada daquele jogo, que agora até não me recordo o nome.

Fui subir até a classe, quando cheguei à porta da sala, me veio à cabeça a lembrança de que eu não havia subido com a minha mala, então tive que descer até o P, e subir até o terceiro novamente, estava mais exausta do que antes agora.

Quando cheguei à minha carteira, minhas pernas se desequilibraram e eu sentei de um jeito torto na cadeira, parecendo imobilizada, depois de alguns minutos consegui recuperar um por cento de minha energia, me ajeitei corretamente e peguei o meu material de português. Hoje a aula era de dobradinha, então tinha bastante tempo para tirar aquela cara de zumbi do rosto.

A professora iniciou a aula com a leitura dos registros diários. E em seguida projetou o seguinte título na lousa: Verbos no imperativo. Na minha cabeça tenho certeza que ocorreu o Big Bang ao contrário, o meu universo e tudo que havia nele haviam se desmoronado, ou melhor, parado de existir.

Eu não tinha entendido direito nem os verbos no indicativo e subjuntivo, aquilo simplesmente não entrava no cérebro, só passava como simples palavras ditas por um desconhecido.

Então começamos a copiar. Aprendi que eles expressão um pedido, conselho ou ordem.

Vamos ver o que estava acontecendo dentro de minha cabeça durante o registro:

Agora ficou mais fácil, minha vida se baseia nessas três palavras, para mim uma ordem e simplesmente um conselho, não precisa que seja realizado. Um pedido para mim é uma ordem, cada misera coisa que alguém me pede, dentro do razoável, é concretizado por mim. E por fim para mim um conselho é um pedido, por que se a pessoa não quisesse que você seguisse o conselho, você não acha que ela não aconselharia?

Voltando, os verbos no indicativo baseiam – se nas formas do presente do indicativo e no subjuntivo.

Itens essenciais que você precisa saber sobre esses verbos:  

Não há primeira pessoa.

O imperativo não apresenta tempo, apenas é dividido em afirmativa e negativa.

            Sem isso meu amigo, suas chances de passar do sétimo para o oitavo ano caíram de cem a zero.

            Depois desse registro, tivemos exercícios a respeito. Eu os terminei na velocidade de um raio, e comecei a entrar em devaneio:

            Imaginei – me daqui a alguns longos a exaustivos anos, nesse mesmo mês, dia e horário, na aula de português, o que será que iria acontecer? Só minha cabeça iria decidir o meu futuro.

            Estava sentada na última carteira, com um papel e uma caneta na mão, tão energética que isso resultou em um dano na minha cachola. A professora de origens desconhecidas começou a falar:

            - Bom... Queridos alunos, esse papel em suas mãos está exclusivamente adequado para que durante essas duas aulas elaborem uma história, que tenha alguma coisa haver, ou que se passe em uma escola de magia. O texto mais bem apresentado será ensaiado por todo o nosso ano para que participemos do concurso do jovem diretor.

            Toda a classe começou a murmurar com pouco entusiasmo. Essa foi à energia de animo que eu precisava, minha criatividade começava a transbordar se eu não a usasse diariamente, então sem pensar gritei:

            - Yeah! Eba! – percebi que todos estavam olhando para mim, o que não era bom, diminuindo cada vez mais o tom da minha voz comecei a tentar me livrar daquela situação. – Não? A deixa... É... Então... A deixa pra lá... – até minha voz se perder no meio de minha boca.

            - Agradeço seu entusiasmo e sua preocupação em tornar isso sua coisa divertida, mas eu tenho uma maneira mais pratica de fazer isso. Alunos, se vocês fizerem a história vencedora irá ganhar créditos na faculdade!

            Ouvi vários alunos se movimentando e começando a escrever o mais rápido possível. Será que eu ia escrever a história vencedora? Eu tenho certeza que a Isadora, a Juliana, a Sophia, a Julia, ou até a Ana fariam um texto mais apropriado que o meu. Mas a onde elas estavam?

Bem a tia da Julia por parte de mãe sofreu uma perda terrível, a tartaruga de estimação dela morreu ontem depois de ultrapassar o limite de velocidade em uma ciclo – faixa e morrer atropelada, e não sei com isso é possível, mas pelo que me contaram tem alguma coisa haver com palhaços e espátulas, não sei o que isso tem de sentido. A Julia foi forçada a ficar em casa e ajudar consolar a tia.

A Ana estava jogando boliche escorregou na pista e rompeu o ligamento do joelho.

A Isadora ingeriu uma quantidade excessiva de gel de cabelo, tudo culpa de uma pegadinha feita pelo irmão dela.

A minha melhor amiga Sophia ficou junto da Isa no hospital, eu iria também, mas sabe como é que é eu só fiquei sabendo disso hoje de manhã a internet da minha casa caiu ontem e meu celular não pegava, eu até tentei protestar a sair do colégio, até tentei ligar para meus advogados, mas o que eu ganhei? Uma advertência, isso que dá tentar fazer o bem.

A Juliana... Bem ela ficou em casa com sarampo.

Bem o dia hoje não foi muito feliz, mas fazer o que dessa vida. Eu juro que iria ajudar a todos, eu não ajudei a Julia por que seria uma chatice, e meu celular não estava funcionado, não ajudei a Ana por que meu celular não estava funcionando. Não ajudei a Juliana por que meu celular não estava funcionando. Não ajudei a Isadora, por que não tenho advogados.

Coloquei a caneta na boca e comecei a pensar, eu entrei em um ciclo vicioso, pois estava em devaneio dentro de um devaneio e comecei a devanear sobre esses devaneios, nem eu estava me entendendo.

Imaginei muitas pastas arquivando meus pensamentos. Em uma sala totalmente branca, pois só meus pensamentos já tem poder suficiente para me falir, por multa de excesso de cor no pensamento. E as contas do último mês já não foram tão baratinhas.

Minhas punições tinham como tema esquecimento da memória de curto prazo, para o arquivamento das idéias mais antigas, e tropeços excessivos, pelo excesso de devaneio em uma mesma rede operacional, causando distração.

Chega de devanear sobre devaneio, preciso começar a escrever. Em quanto minhas idéias saiam como palavras na ponta do lápis, a minha cabeça projetava como um filme em um cinema. Admito não foi uma das minhas melhores histórias, mas deu para o gasto.

A cada minuto que se passava, eu pedia cada vez mais e mais folhas para a professora. Até ter em minhas mãos um livro simples feito com uma letra garranchada e muitos erros de português.

Entreguei a professora, que ao receber ficou um tanto quanto surpresa, ninguém tivera coragem de escrever tanto.

A história era basicamente isso: Em um colégio normal, tinha uma garota, que vivia sua vida normal, em sua casa normal, com seus pais normais, e seus amigos normais. Mas ela não era normal, Eco tinha idéias tão extravagantes e realistas que ao escrevê-las no papel as personagens ganhavam vida.

Vários desastres foram causados, até um grupo do GOPASM: Governo Organizado Para Assuntos Sociais Mágicos baterem em sua porta e pedirem que ela fosse para uma sociedade secreta, um tipo de colégio onde as crianças ao nascer são tão boas em fazer algo que pode até canalizar sua força vital e fazer com que se torne real.

O objetivo de manda - lá para lá era para que através dos estudos controlasse essa energia e assim não esgotasse sua força vital e sua vida seja exposta as forças do mal, que ao capturar seus espíritos ganham o seu poder, Acontecem vários conflitos, mas isso é uma história para outro dia, ou melhor, para uma época mais futura, Por que agora eu precisava acordar para corrigir os exercícios.  

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