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Eu ainda sou pequena?
Se
avaliarmos isso no ponto de vista de minha idade, sim sou grande, no ponto de
vista de um adulto, é sou média, no ponto de vista de Hisvetlanah, eu sou
enorme.
Então o que nós somos? É a grande questão, que vários cientistas tentaram resolver
com o passar dos séculos a RESPOSTA ainda não está clara, mas eu acho que a
encontrei.
Na aula
de português, é onde eu respondia a esse enigma misterioso, a resposta dos
seus, eu nem havia, percebido que ela sempre esteve ali, só que não conseguimos
enxerga-lá, literalmente.
A
aula tinha começado, a professora chegou, com um sorriso na sala, com cara de
quem não viu um resultado bom na PT, ainda bem que não era hoje que iriamos
recebe-lá. Essa informação fica para o registro de amanhã.
Eu estou enrolando
demais, começamos com a leitura dos registros diários. Após a leitura começamos
o nosso conteúdo, VERBOS IRREGULARES. Que são aqueles que sua conjugação muda,
diferentemente da maioria dos verbos, como os verbos ir, e ser, exemplo: verbo
ir: Eu vou, Tu vais, Ele vai, Nós vamos, Vós ides, Eles Vão. A uma flexão
enorme monstro aqui!!!!!!!!!!!
Quando
inventaram nossa língua, por que não fizeram algo mais fácil só pra variar?
Ficar
estudando conjugações não é comigo, e eu acho que não é pra ninguém.
Fiquei
pensando o tempo que a professora ficou estudando para conseguir se formar,
deve ter demorado uma eternidade vezes dez. Isso não é o MEU futuro, eu
não tenho a mínima da máxima paciência com absolutamente nada. Olha eu
enrolando de novo. A professora falou para nós o verbo SER, e nós tínhamos que
conjugar no presente do indicativo:
- Eu... -
falou a professora.
- Sou! -
respondeu a classe em couro.
- Tu...
- És!
- Ele...
- É!
- Nós...
- Somos!
- Vós...
- Sois.
- Eles...
PAUSA, foi ai
que eu cometi um erro mais que terrível, em quanto todos da classe falavam como
resposta: São. Eu cometi o grave erro de falar É.
Todos
começaram a me menos presar, dizendo:
- Você não
sabe de nada!
- Você
não presta!
- Vê se
fica quieta, e deixa agente estudar!
A
professora não havia percebido, e assim uma lagrima escorreu em meu rosto,
comecei a encolher, literalmente, a encolher e encolher. Eu acho que me senti
tão mau que não consegui mais ter uma razão para existir.
FATO: Eu
estava encolhendo.
FATO: Eu
continuava encolhendo.
FATO:
Será que isso era possível?!
FATO:
Alguns cientistas, acreditam que exista vários micro universos dentro de uma
única célula, e parece que foi isso que havia acontecido, eu havia voltado pra
escola. Mas por que para escola? Eu já não estudei bastante por hoje, não é?
- Está
feliz universo? - gritei - Estou na escola!
Mesmo me
derretendo em lágrimas, por algum motivo estava de pé, na calçada,
na frente daquele enorme colégio. O sinal tocou, mas não parecia haver
nenhum sinal de vida lá dentro. O céu estava nublado. Crianças,
adolescentes e adulto começaram a chegar, sem expressão alguma no rosto, só um
sorriso forçada, um lápis, um caderno e uma caneta na mão. Sem trazer mais
nada, sem barulho, sem discussão. Pareciam até espíritos vazios sem vida. Uma
menina me empurrou até a parede, e sem tirar o sorriso do rosto, falou entre os
dentes:
- Quem é
você?
Pausa, e
foi ai que me deparei primeiramente com essa questão, mas o que eu iria
descobrir, nem eu sabia quem eu era. Meu rosto ardia por culapa das lágrimas,
´só por causa daquele maldito erro de português, parece bobagem, mas tente se
colocar em meu lugar, nem venha com esse papo de: Eu faria diferente. Que isso
não dá certo.
- Eu
sou... Eu...
- Falamos
lá dentro. - interrompeu.
Entramos
no colégio, fomos até uma sala, eu acho que é a sala da Monica, no país
miniatura. Ela me empurrou para dentro, e repetiu a pergunta, mas dessa vez,
falando como uma pessoa normal:
- Quem é você?
-
Letícia.
-
Estranho, nunca te vi por aqui.
- Eu sou
nova.
-
Nunca a ninguém novo na escola do Sorriso.
-
Sorriso? - perguntei, por algum motivo ainda não parava de chorar.
- Sim
sorriso
- Nome
meio estranho, não acha.
- Eu não
tenho que saber nada, só quero saber pra quem você trabalha.
- Pra
quem eu trabalho? - isso me deu um susto tão grande que minhas lágrimas
cessaram.
- Sim,
pra quem você trabalha.
- Eu sou
criança, não trabalho.
- Ela
está limpa, processo de purificação, 00497, ativar.
O chão se
abriu sobre meus pés, logo estava em uma sala coberta por teclados e
computadores, parecendo uma máquina Aliem. Logo a garota estava ao meu lado, com
um tipo de roupa ninja, preta, parecendo aqueles filmes da resistência.
- Faço
parte de resistência.
- Eu
sabia! - exclamei. - Mas resistência sobre o que?
-
Contra o sorriso.
-
Sorriso?
- Sim,
sorriso.
- Eu
intendi, mas sorriso?
- Eu sou
Hisvetlanah, faço parte de uma resistência que tem como objetivo libertar as
pessoas, contra o sorriso...
Eu abri a
boca pra falar.
- ...
- Não
interrompa, eu estou explicando ainda, sorriso é uma organização que controla
tudo e a todos, e força que todos vivam felizes pelo resto da vida. E blá - blá
- blá. Papo furado papo furado, o sorriso é muito forte. Não deixa as pessoas
viverem a vida, se divertirem, tudo aqui é programado. Ele seqüestrou o
Akumanos, um pássaro sagrado que se erguia ao amanhecer, trazendo o
Sol a todos, o nosso criador. - vi só pela sua expressão, que ela teve uma
perda trágica. - Eu... - seu rosto se encheu de lágrimas. - Varias de minhas
companheiras... Bom... Não voltaram mais, tentando detê-lo, agora só
restou a mim.
- UOU.
- Você
quer se juntar a mim para minha última batalha? Eu já não sirvo pra nada, não
tenho mais razão para viver.
- Eu
topo.
-
Perfeito. Protocolo 951753, nave 852741 iniciação.
- Eu
posso ganhar uma roupa igual a sua. Por favorzinho?! - fiz aquele olhar de
cachorro pidão.
- Não.
Entramos
em uma nave pequena, só dava pra sentar, nem espreguiçar eu conseguia, coloque
os cinto e partimos, uma rampa se abriu na parede. Partimos a nossa aventura.
Pousamos em um prédio alto, chegando lá achamos varias pessoas com aquelas
roupas ninja, que eu não tinha! :( , ó tristeza. Essas pessoas estavam em
cativeiro, em um tipo de gaiola de vidro, abraçando um pássaro de três metros
com penas dourada.
- São...
- Sim são
eles.
Tentou
abrir a parede, batendo inutilmente seu punho no vidro. Alguém chegou, melhor
alguma coisa chegou. Um computador com, dois pontinhos e um traço no meio,
parecia um rosto. O computador tinha mãos e pés. E estava vindo em nossa
direção!
- Se quer
tanto se juntar a suas amigas então vá! - falou aquela maquina sinistra. A
parede por um instante se desmaterializou, e Hisvetlanah foi puxada pra dentro.
Só eu estava lá, sozinha, e aquela questão voltou a minha cabeça: Quem sou eu?
Eu fiz uma coisa inesperada, corri para trás do computador e puxei os fios.
Pronto problema resolvido. Eu esperei alguma reação, mas não aconteceu nada,
espera, eu ganhei, EBÁ!
- Por que
vocês não pensaram nisso antes?
- Disso
eu não sei, somos umas burras mesmo, você derrotou o sorriso sem nem fazer
esforço. - disse Hisvetlanah.
- Esse
era o sorriso?
- Sim.
Descemos
do prédio, nas costas do Akumanos, ou seja lá o que for. Ele foi até o céu e
mostrou suas gloriosas assas que limparam o céu das nuvens. Eu comecei
a crescer, cada vez mais, e logo estava na minha dimensão novamente,
o sinal tinha acabado de tocar, e assim respondi aquela pergunta: Quem sou eu?
Resposta: Eu sou EU!