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Que dia
maravilhoso, o céu não estava nublado, as flores floresciam e eu estava
morrendo de sono, esgotada, já era, cheguei aos limites, eu tinha certeza de
que se eu ficasse lá por mais alguns minutos iria desmaiar.
O jogo da educação física estava
prestes a acabar, quando com o último gol do marcado pelo meu time iniciou o
termino do jogo. Ganhamos! Bom pelo menos eu acho que ganhamos, eu não tinha
entendido nada daquele jogo, que agora até não me recordo o nome.
Fui subir até a classe,
quando cheguei à porta da sala, me veio à cabeça a lembrança de que eu não
havia subido com a minha mala, então tive que descer até o P, e subir até o
terceiro novamente, estava mais exausta do que antes agora.
Quando cheguei à minha
carteira, minhas pernas se desequilibraram e eu sentei de um jeito torto na
cadeira, parecendo imobilizada, depois de alguns minutos consegui recuperar um
por cento de minha energia, me ajeitei corretamente e peguei o meu material de
português. Hoje a aula era de dobradinha, então tinha bastante tempo para tirar
aquela cara de zumbi do rosto.
A professora iniciou a aula
com a leitura dos registros diários. E em seguida projetou o seguinte título na
lousa: Verbos no imperativo. Na minha cabeça tenho certeza que ocorreu o Big Bang
ao contrário, o meu universo e tudo que havia nele haviam se desmoronado, ou
melhor, parado de existir.
Eu não tinha entendido
direito nem os verbos no indicativo e subjuntivo, aquilo simplesmente não
entrava no cérebro, só passava como simples palavras ditas por um desconhecido.
Então começamos a copiar.
Aprendi que eles expressão um pedido, conselho ou ordem.
Vamos ver o que estava
acontecendo dentro de minha cabeça durante o registro:
Agora ficou mais fácil,
minha vida se baseia nessas três palavras, para mim uma ordem e simplesmente um
conselho, não precisa que seja realizado. Um pedido para mim é uma ordem, cada
misera coisa que alguém me pede, dentro do razoável, é concretizado por mim. E
por fim para mim um conselho é um pedido, por que se a pessoa não quisesse que
você seguisse o conselho, você não acha que ela não aconselharia?
Voltando, os verbos no
indicativo baseiam – se nas formas do presente do indicativo e no subjuntivo.
Itens essenciais que você
precisa saber sobre esses verbos:
Não há primeira pessoa.
O imperativo não apresenta
tempo, apenas é dividido em afirmativa e negativa.
Sem isso
meu amigo, suas chances de passar do sétimo para o oitavo ano caíram de cem a zero.
Depois desse
registro, tivemos exercícios a respeito. Eu os terminei na velocidade de um
raio, e comecei a entrar em devaneio:
Imaginei
– me daqui a alguns longos a exaustivos anos, nesse mesmo mês, dia e horário,
na aula de português, o que será que iria acontecer? Só minha cabeça iria
decidir o meu futuro.
Estava sentada
na última carteira, com um papel e uma caneta na mão, tão energética que isso
resultou em um dano na minha cachola. A professora de origens desconhecidas
começou a falar:
- Bom...
Queridos alunos, esse papel em suas mãos está exclusivamente adequado para que
durante essas duas aulas elaborem uma história, que tenha alguma coisa haver,
ou que se passe em uma escola de magia. O texto mais bem apresentado será
ensaiado por todo o nosso ano para que participemos do concurso do jovem
diretor.
Toda a
classe começou a murmurar com pouco entusiasmo. Essa foi à energia de animo que
eu precisava, minha criatividade começava a transbordar se eu não a usasse diariamente,
então sem pensar gritei:
- Yeah!
Eba! – percebi que todos estavam olhando para mim, o que não era bom,
diminuindo cada vez mais o tom da minha voz comecei a tentar me livrar daquela
situação. – Não? A deixa... É... Então... A deixa pra lá... – até minha voz se
perder no meio de minha boca.
-
Agradeço seu entusiasmo e sua preocupação em tornar isso sua coisa divertida,
mas eu tenho uma maneira mais pratica de fazer isso. Alunos, se vocês fizerem a
história vencedora irá ganhar créditos na faculdade!
Ouvi
vários alunos se movimentando e começando a escrever o mais rápido possível.
Será que eu ia escrever a história vencedora? Eu tenho certeza que a Isadora, a
Juliana, a Sophia, a Julia, ou até a Ana fariam um texto mais apropriado que o
meu. Mas a onde elas estavam?
Bem a tia da Julia por parte
de mãe sofreu uma perda terrível, a tartaruga de estimação dela morreu ontem
depois de ultrapassar o limite de velocidade em uma ciclo – faixa e morrer
atropelada, e não sei com isso é possível, mas pelo que me contaram tem alguma
coisa haver com palhaços e espátulas, não sei o que isso tem de sentido. A
Julia foi forçada a ficar em casa e ajudar consolar a tia.
A Ana estava jogando boliche
escorregou na pista e rompeu o ligamento do joelho.
A Isadora ingeriu uma
quantidade excessiva de gel de cabelo, tudo culpa de uma pegadinha feita pelo
irmão dela.
A minha melhor amiga Sophia
ficou junto da Isa no hospital, eu iria também, mas sabe como é que é eu só
fiquei sabendo disso hoje de manhã a internet da minha casa caiu ontem e meu
celular não pegava, eu até tentei protestar a sair do colégio, até tentei ligar
para meus advogados, mas o que eu ganhei? Uma advertência, isso que dá tentar
fazer o bem.
A Juliana... Bem ela ficou
em casa com sarampo.
Bem o dia hoje não foi muito
feliz, mas fazer o que dessa vida. Eu juro que iria ajudar a todos, eu não
ajudei a Julia por que seria uma chatice, e meu celular não estava funcionado,
não ajudei a Ana por que meu celular não estava funcionando. Não ajudei a
Juliana por que meu celular não estava funcionando. Não ajudei a Isadora, por
que não tenho advogados.
Coloquei a caneta na boca e
comecei a pensar, eu entrei em um ciclo vicioso, pois estava em devaneio dentro
de um devaneio e comecei a devanear sobre esses devaneios, nem eu estava me
entendendo.
Imaginei muitas pastas
arquivando meus pensamentos. Em uma sala totalmente branca, pois só meus
pensamentos já tem poder suficiente para me falir, por multa de excesso de cor
no pensamento. E as contas do último mês já não foram tão baratinhas.
Minhas punições tinham como
tema esquecimento da memória de curto prazo, para o arquivamento das idéias mais
antigas, e tropeços excessivos, pelo excesso de devaneio em uma mesma rede operacional,
causando distração.
Chega de devanear sobre
devaneio, preciso começar a escrever. Em quanto minhas idéias saiam como
palavras na ponta do lápis, a minha cabeça projetava como um filme em um
cinema. Admito não foi uma das minhas melhores histórias, mas deu para o gasto.
A cada minuto que se
passava, eu pedia cada vez mais e mais folhas para a professora. Até ter em
minhas mãos um livro simples feito com uma letra garranchada e muitos erros de
português.
Entreguei a professora, que
ao receber ficou um tanto quanto surpresa, ninguém tivera coragem de escrever
tanto.
A história era basicamente
isso: Em um colégio normal, tinha uma garota, que vivia sua vida normal, em sua
casa normal, com seus pais normais, e seus amigos normais. Mas ela não era
normal, Eco tinha idéias tão extravagantes e realistas que ao escrevê-las no
papel as personagens ganhavam vida.
Vários desastres foram
causados, até um grupo do GOPASM: Governo Organizado Para Assuntos Sociais Mágicos
baterem em sua porta e pedirem que ela fosse para uma sociedade secreta, um
tipo de colégio onde as crianças ao nascer são tão boas em fazer algo que pode
até canalizar sua força vital e fazer com que se torne real.
O objetivo de manda - lá
para lá era para que através dos estudos controlasse essa energia e assim não
esgotasse sua força vital e sua vida seja exposta as forças do mal, que ao
capturar seus espíritos ganham o seu poder, Acontecem vários conflitos, mas
isso é uma história para outro dia, ou melhor, para uma época mais futura, Por
que agora eu precisava acordar para corrigir os exercícios.