terça-feira, 15 de março de 2016

 

15/3


O dia estava bem, a escola estava bem, mas eu não estava bem, iriam entregar a prova de Português, e eu tenho certeza que não foi uma nota das melhores notas. Com tudo que eu já havia passado em toda a minha vida isso foi uma minúscula fração das minhas preocupações diárias, mensais, e muito menos anuais.

            Minha vida passa tão rápido que nem um bater de assas de um beija-flor poderia acompanhar por isso a nota se torna algo um tanto irrelevante. Tenho certeza de que se eu me preocupar agora, o futuro vai se tornar cada vez mais e mais difícil para que a comunidade possa viver em harmonia. Por isso tenho de me lembrar todos os dias ao acordar, e a me deitar também que a vida é para ser vivida, se nos preocupamos com coisas tão insignificantes, que não influenciaram totalmente no futuro da humanidade, nossa vida acaba sendo controlada por ela própria como se tudo fosse algo ruim, mas eu tento ver o lado positivo (mesmo que não tenha) para que tudo e todos sejam felizes.

            Esse tipo de coisa, como a nota da prova, são coisas que são importantes, claro, com certeza. Mas se nós não dermos valor pelas nossas conquistas, mesmo que minúsculas que sejam, um certo desejo, dentro de nós que todo o dia nos dá um motivo para viver o amanhã e simplesmente desligado, por que você acha que o ser humano é o dominante da Terra? Por que ele tem um desejo, por mais maluco que seja ele vai cumpri-lo a qualquer custo. Isso se chama curiosidade.

As pessoas que não tem esse tipo de coisa dentro de si se tornam inúteis, vão ser apenas um em tantos outros, apenas um que nasceu e morreu, mas não teve a experiência de viver o agora, ou até de viver a vida.

            Já me contaram uma vez, não me lembro bem quando, nem quem, que muitos morrem com a melhor saúde do mundo, não foi envenenamento, não foi assassinato, não foi falta de comida, mas de curiosidade, sem esse desejo o amanhã se torna algo irrelevante, e assim essas pessoas não morrem fisicamente, mas emocionalmente.

 Eu não quero esse tipo de futuro para mim, nem para ninguém, por isso aqueles que choram, só por que tiraram uma nota ruim vão se desgastando por dentro, tentam procurar a grandeza em algo maior, que não seja a si próprio. Eles não olham para trás e vêem quantos feitos fez até aquele ponto, quantas conquistas realizaram até aquele ponto.

            A grandeza está dentro de você, só precisamos nos esforçar e viver, o que será que o destino colocou em nosso caminho hoje, não é para desistirmos e só para testar o nosso potencial e desempenho como gente.

            Todo esse texto foi para mostrar que eu não tirei uma nota tão boa como esperado.

            Melhor começar a história se não já vai ter a próxima aula de português e eu ainda não terminei o registro.

            A professora entrou na sala, o barulho era tanto que eu nem consegui a verela entrando, mas que gente que eu fui parar este ano, pelo menos foi melhor que no ano passado. A vida na turma 7.5 não era o paraíso, mas também não era o inferno, a sala era praticamente dividida em meninos e meninas, e cada um desses grupos é dividido em outros grupos, tento como conseqüência uma espécie de harmonia de um jeito bizarro, alguns grupos tinham um jeito específico de comunicação, mas não se misturavam totalmente.

            Eu estou enrolando demais nesse papo, PROCEGUI AI PRODUÇÃO!

            A professora entrou. Como já disse antes, fez a correção da PM, que a cada questão eu pensava mais e mais que não iria conseguir nem passar da média, em algumas questões até comecei a comemorara, pois podia ter a mínima chance de tirar a nota máxima.

            Eu não quero ser fofoqueira, então vou falar que não foi à nota mais feliz do mundo, mais não foi a mais decepcionante. Fiquei um tanto feliz, minhas amigas tiraram uma nota bem parecida, eu não tinha tido um esforço menor do que o dos outros. Isso me deixa tão feliz. Happy!!!

            Fico imaginando, como sempre, em meus pensamentos o que poderia ter acontecido se eu tivesse tirado uma nota ruim. Uma possibilidade um tanto improvável, mas possível. Imaginei uma máquina do tempo, que me levaria a um futuro próximo, mas teórico.

            Imaginei trinta anos no futuro, cheguei um lugar não muito diferente do agora, um lugar que a única diferença aparente era o reinado de prédios, a qualquer lado que olhava prédio, apartamentos e arranha céus. Não era de se esperar diferente. Cheio de letreiros luminosos e telas enormes no topo dos prédios, tudo era sério, as pessoas eram sérias passando como zumbis depois de um apocalipse zumbi, sem objetivo, com suas pastas cinzentas e celulares na mão. A única fonte de cor era um canto de rua, onde se via um cantor de rua. Com um chapéu em sal frente, um sorriso no rosto, e uma roupa tão colorida que dava até medo de olhar, aparentava ter uns quinze anos, com um penteado desarrumado, e com uma mascara sobre os olhos, no rosto sorridente.

            Ele cantava uma música um tanto interessante, era a parodia de uma música de um filme da universal, que era... Que era... Que porcaria... Odeio quando esqueço as coisas, há lembrei era da Monster High. Era assim a paródia:

Eu to aqui
Dá licença o grande m.c
Na verdade tem um só
E sou eu

Pelo partido eu não julgo
Mas o meu destino aqui é ser coroado
Mais respeito, por favor,
Vê se cuida do que faz

To chegando agora sem medo de comandar
Eu levo nas rimas o que sobrou pra mim
O povo é a minha viva eu vivo assim

Quero ouvir vocês, yeah
Posso ouvir vocês, yeah
Não é em sonho essa vida existe sim
É muito perfeita parece feita pra mim yeah

Nessa cidade a luta é grande pra se vencer
Tem que agir não dá pra desistir nem
Se encostar
Tenho tanto expectativa
Pra fazer acontecer oh yeah
Eu vou correr atrás dar meu melhor

É tudo que eu sempre quis
E eu vou ser feliz
Pois eu estou aqui em fim

Existe mais lugares que têm muitas belezas
Mas esse é o meu mundo que é cheio de certeza
Vou dar o meu melhor sim meu sangue e o meu suor
Faça um show e vejamos o que todos vão dizer


Por tantas vezes que disseram não...

            A música foi interrompida por uma mulher (com mais ou menos a mesma idade do garoto) que passava pela rua, com um vestido de ceda azul, parecendo alguém que acabou se sair de um piquenique, ela parece que entrou no ritmo e começou a cantar também:

Sou Marien, prazer vou cantar pra você
Não sei se podem me ver,

Mas mesmo assim vou competir.
Minha musica me faz dançar com alegria
E eu me curto, e também sou demais

Você quase venceu, mas
Agora eu quero gritar pra geral, comigo bem aqui
Fala eu quero ouvir, vão passar mal se eu partir
Estou sozinha, mas agora vou dominar o mundo

É pra onde eu quero ir
Não dá mais pra fugir
Eu estou aqui

É tudo que eu sempre quis yeah
E eu vou ser feliz...

            Isso já estava ficando ridículo, e então interrompi a música:

            - O que vocês pensam que estão fazendo?

            - Cantando. – falaram em couro.

            - Ta isso eu entendi, mas por quê?

            - Eu e ela estamos concorrendo, para sermos presidentes , a favor da liberdade, contra o atual presidente. – disse o garoto.

            - Ta isso eu entendi, mas por quê?

            - Você não poderia saber, é muito nova para saber alguma coisa sobre isso. – disse Marien.

            - Ta isso eu entendi, mas por quê?

            - Há muito tempo atrás, nossa presidenta Letícia governava como se o aqui fosse sua tela, o mundo era cheio de cor e de vida, mas certo dia, um grupo se organizou e tomou a decisão de investigar querendo saber mais sobre aquela por quem eram comandados, descobriram que ela tirou uma nota abaixo da média no sétimo ano, os professores erraram sua média naquele ano, e com essa mínima diferença, deveria fazer com que ela fosse reprovada, ela não passou do sétimo ano, foi reprovada, e sem se formar nos estudos não tinha o direito de governar. Ouve vários protestos, mas a justiça já tinha se decidido, e um novo presidente entrou, Malequife...

            - Por que todo o cara mal tem que começar com M. – interrompi.

            - Posso continuar... Ele tornou a vida monótona e totalmente sem vida.

            - Mas como pensam em fazer a divulgação de um posto tão alto no meio da rua?

            - Isso estava sendo transmitido ao vivo por todo Brasil. – disse Marien.

            - Bom eu estava indo bem, até você me interromper e estragar a minha campanha política. – disse o garoto

            - Eu não teria cantado se você não atrapalhasse meu caminho.

            - Já chega! – gritei.

            Voltei ao meu mundo, e decidi que iria estudar mais.